JARAGUÁ DO SUL – Conhecida como a cidade sede da WEG, líder global em motores elétricos e automação, e também por seus altos índices sociais e econômicos, Jaraguá do Sul guarda um título único e pouco conhecido: abriga o único monumento do mundo dedicado aos húngaros fora da Hungria.
Trata-se da Praça Magyar Tér (Praça Húngara), localizada na Comunidade Santo Estevão, no bairro Garibaldi, e inaugurada recentemente. O espaço é uma homenagem aos primeiros 800 imigrantes húngaros que chegaram ao município entre os anos de 1891 e 1896, vindos do Condado de Veszprém, a cerca de 110 km da capital Budapeste.
Imigração e raízes em solo catarinense
Os húngaros se somaram aos colonizadores alemães (734) e italianos (116), formando o tripé da imigração em Jaraguá do Sul. Camponeses que fugiam da fome, da opressão religiosa e da desigualdade social, encontraram no Vale do Itapocu uma terra de clima e relevo semelhantes aos de sua pátria. Subindo o rio Itapocu até o rio Jaraguá, fincaram raízes na região que hoje abriga a única colônia húngara de Santa Catarina.
Preservação da cultura e reavivamento das tradições
Hoje, os descendentes são representados pela ativa Associação Húngara de Jaraguá do Sul, que promove eventos culturais e históricos como o Dia da União Nacional (4 de junho), o aniversário do Grupo de Danças Húngaras Dunántúl e a Revolução Húngara de 1848.
Com o fortalecimento dessas atividades, Jaraguá passou a integrar o roteiro turístico étnico-cultural catarinense, oferecendo atrações como a Festa Catarinense do Strudel, a Rota da Imigração Húngara, a Igreja de Santo Estevão (construída em 1922) e agora, a Praça Magyar Tér.
Homenagem idealizada por Antídio Lunelli
A idealização da praça partiu do ex-prefeito e atual deputado estadual Antídio Lunelli (MDB). Em discurso, ele destacou a importância da comunidade húngara na construção da identidade jaraguaense:
“Entre os muitos povos que ajudaram a levantar essa terra abençoada estão os húngaros – gente de fibra, de tradição e de identidade firme. [...] Celebrar os húngaros é celebrar Jaraguá do Sul. É reconhecer que a diversidade é a nossa maior riqueza – e que a preservação da memória é também uma forma de planejar o futuro”, disse.
Herança histórica e espiritual
A homenagem também remete a Santo Estevão (975–1038), o primeiro rei cristão da Hungria, que fundou a Igreja Católica no país e foi canonizado em 1083. Ele é o padroeiro da Hungria e dá nome à Igreja da Comunidade Santo Estevão, local da nova praça.
Além disso, Santo Estevão Protomártir – o primeiro mártir cristão – também é lembrado na tradição, sendo um exemplo de fé e resistência mesmo diante da perseguição e da morte.
A dor do povo húngaro na história mundial
A trajetória do povo húngaro é marcada por resistência e sofrimento. Durante a 2ª Guerra Mundial, cerca de 800 mil húngaros foram mortos, incluindo 500 mil judeus que foram enviados para campos de extermínio como Auschwitz-Birkenau. A Grande Sinagoga de Budapeste, a maior da Europa, é hoje um memorial com museu, cemitério e o Monumento da Árvore da Vida, em honra às vítimas do Holocausto.
Após a guerra, veio o domínio soviético, com novas restrições e violações dos direitos humanos que perduraram até 1989.
Um povo que sobreviveu à guerra e preservou a fé
Apesar das guerras, ocupações e tragédias, o povo húngaro manteve viva sua fé e cultura. O Parlamento Húngaro, o Palácio Real, a Basílica de Santo Estevão e outros monumentos de Budapeste testemunham esse legado. E agora, parte dessa história pode ser celebrada e conhecida aqui, em Jaraguá do Sul, graças à Praça Magyar Tér – símbolo de resiliência, fé e identidade cultural.
Fonte: ND+
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