Presbítero condenado por Moraes pode ser preso a qualquer momento após novo alerta do STF

 O presbítero Roberto Carlos Rodrigues Antônio, morador de Sinop (MT), está a um passo da prisão. O motivo: o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, emitiu uma advertência severa após o descumprimento de uma das medidas cautelares impostas ao religioso, condenado pelos atos de 8 de janeiro em Brasília.


Segundo os autos do processo, a tornozeleira eletrônica de Roberto Carlos ficou sem carga por 42 minutos na madrugada do dia 17 de maio de 2025. A defesa alegou que o réu estava dormindo e não percebeu o desligamento do equipamento. Apesar de ter aceitado a justificativa, Moraes deixou claro que qualquer nova infração resultará em prisão imediata.

“Deixo de converter as medidas cautelares em prisão preventiva, advertindo ao réu, entretanto, que, se houver novo descumprimento, a conversão será imediata” — enfatizou o ministro em sua decisão, proferida na segunda-feira, 28 de julho.

Roberto Carlos foi condenado a 1 ano de prisão em junho de 2025, mas a pena foi convertida em sanções alternativas, incluindo:

  • Uso de tornozeleira eletrônica;
  • Cumprimento de 225 horas de serviço comunitário;
  • Participação obrigatória no curso “Democracia, Estado de Direito e Golpe de Estado”, oferecido pelo MPF.

Além disso, ele está proibido de:

  • Deixar o município de Sinop sem autorização judicial;
  • Utilizar redes sociais até o fim da pena;
  • Viajar para fora do país, com retenção de passaporte.

Participação em acampamento monitorado

Segundo o STF, o presbítero integrou o acampamento em frente ao Quartel-General do Exército nas semanas que antecederam os ataques de 8 de janeiro. De acordo com o relatório, a estrutura do local ia muito além de simples barracas, contando com massoterapia, teatro de fantoches para crianças e alimentação organizada.

“Havia uma encenação infantil com fantoches para as crianças, mas os adultos estavam envolvidos em outro tipo de encenação” — ironizou Alexandre de Moraes, em crítica direta aos organizadores do movimento.

O ministro ainda revelou que o Exército teria gasto ao menos R$ 400 mil em operações de segurança e contenção na área do acampamento — um recurso público que, segundo ele, foi usado para proteger uma movimentação que já mostrava traços antidemocráticos.

Contexto e tensão no ar

A invasão das sedes dos Três Poderes, em janeiro de 2023, marcou um dos episódios mais graves da história democrática recente do Brasil. Manifestantes exigiam intervenção militar e rejeitavam os resultados das eleições presidenciais de 2022. Desde então, centenas de pessoas foram presas, e muitas já foram condenadas — inclusive líderes religiosos e influenciadores que incentivaram os atos.

A advertência a Roberto Carlos acendeu o alerta: qualquer novo descumprimento pode levá-lo diretamente à prisão. A defesa do presbítero ainda não informou se recorrerá da advertência recebida.

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