Ação clandestina foi interceptada por autoridades sul-coreanas; cristãos arriscam a vida para levar esperança ao país mais fechado do mundo
A interceptação ocorreu na sexta-feira, 27 de junho, nas proximidades da zona desmilitarizada (DMZ) que separa as duas Coreias. A área, conhecida por sua sensibilidade geopolítica, é vigiada de perto por autoridades militares. A tentativa dos missionários de lançar o material ao mar foi barrada pela polícia local, que agora os investiga sob a acusação de violação da Lei de Gestão de Segurança e Desastres da Coreia do Sul.
📵 Silêncio oficial e investigação em curso
As identidades dos missionários não foram divulgadas por conta das diretrizes de privacidade, e até o momento a Embaixada dos Estados Unidos em Seul também não se pronunciou. Segundo a imprensa local, ainda não há confirmação sobre o conteúdo específico dos pendrives que seriam enviados ao território norte-coreano, mas acredita-se que se tratava de materiais evangelísticos e cópias digitais da Bíblia Sagrada.
📖 Evangelização em meio à escuridão
O envio de Bíblias por garrafas ou balões não é novidade. Diversas organizações cristãs têm utilizado esses métodos para romper as barreiras ideológicas do regime comunista da Coreia do Norte, onde possuir uma Bíblia é crime contra o Estado, com penas que incluem prisão perpétua, tortura ou execução pública.
Entre 2021 e 2023, o governo sul-coreano proibiu oficialmente tais ações, alegando que elas poderiam provocar retaliações militares por parte de Pyongyang. Ainda assim, missionários corajosos seguem arriscando tudo, movidos por uma fé inabalável de que a Palavra de Deus nunca volta vazia.
“Muitos parentes foram enviados a campos de prisioneiros políticos. Mesmo assim, continuo crendo”, declarou Illyong Ju, norte-coreano que teve sua família destruída ao ser descoberto como cristão.
🎯 Cristãos como alvos do regime
Um representante da Portas Abertas, organização global que atua em defesa de cristãos perseguidos, explicou que, para o regime de Kim Jong-un, cristãos são tratados como espiões e inimigos do Estado.
“Cristãos são considerados espiões em busca de informações das autoridades norte-coreanas. Por isso, são alvos de perseguição extrema”, relatou.
Segundo a entidade, estima-se que existam cerca de 400 mil cristãos na Coreia do Norte, dos quais dezenas de milhares vivem em campos de trabalho forçado, muitos sem jamais terem revelado sua fé publicamente.
Mesmo assim, a Igreja Subterrânea norte-coreana resiste. Cultos secretos, orações silenciosas e discipulados ocultos seguem acontecendo, em meio à escuridão, sustentados pela luz da fé.
A Rádio Gospel Jaraguá acompanha esse caso com atenção e convida a Igreja brasileira a interceder pelos missionários detidos, pelos cristãos perseguidos e por um derramamento de graça sobre a península coreana.
"Lembrai-vos dos presos, como se estivésseis presos com eles" (Hebreus 13:3).
O Evangelho continua avançando, mesmo onde parece impossível.