Missionários brasileiros enfrentam perseguição e feitiçaria para levar o Evangelho na África Ocidental

 Família Lourenço compartilha experiências de fé e resistência em meio a povos não alcançados e realidades espiritualmente desafiadoras

Imagem Ilustrativa. (Foto: Reprodução/Unsplash/Annie Spratt)


Mesmo diante de perseguição religiosa e crenças enraizadas em feitiçaria, uma família de missionários brasileiros tem se mantido firme em sua missão de anunciar o Evangelho na África Ocidental. Enviados pela Junta de Missões Mundiais, Pedro, Clara, Mateus, Filipe e Sara Lourenço testemunham como o poder de Deus tem sustentado o trabalho em terras onde o cristianismo é rejeitado e o Vodu é tradição cultural.

Na região onde atuam, diversas comunidades ainda seguem práticas espirituais ligadas à feitiçaria ancestral. Apesar disso, a família tem experimentado milagres e frutos do trabalho missionário — inclusive com evangelismo entre etnias que nunca ouviram falar de Jesus.

“A resiliência dos passarinhos de nossa casa nos inspira a pensar neste verso e no trabalho que está sendo realizado com muito carinho”, compartilharam, citando Mateus 10:29, como lembrete do cuidado de Deus em meio às lutas.

Evangelismo entre povos hostis

No início de junho, durante a celebração islâmica conhecida como Tabaski — considerada uma das mais importantes do calendário muçulmano — os missionários relataram aumento da tensão e relatos de violência por parte de extremistas.

“O clima nos países muçulmanos fica mais tenso, e entre os extremistas ouvem-se barbaridades cometidas em nome do que chamam de Jihad”, relataram.

Mesmo diante dessas pressões, o Evangelho continua sendo anunciado. No mês de maio, os missionários tiveram contato direto com etnias como Wolof, Serê e Diula, ensinando como aplicar a Bíblia em contextos de perseguição.

“Cristãos são levados diariamente diante de líderes islâmicos e feiticeiros para justificarem sua fé. Muitos foram expulsos de suas famílias”, denunciaram.
“Ainda assim, seguimos firmes. Iniciamos, no dia 16 de junho, um novo trabalho evangelístico com três etnias não alcançadas.”

O desafio do Vodu

Entre as novas etnias alcançadas, está uma comunidade considerada berço do Vodu — prática que mistura crenças espirituais, medicinais e culturais e que é passada de geração em geração. O Vodu se baseia na crença em um deus supremo e em espíritos (voduns) que controlam a natureza e a vida humana, com rituais que envolvem danças, sacrifícios e consultas a líderes espirituais.

“É um sistema espiritual complexo e profundamente enraizado. Só o Espírito Santo pode nos dar direção para falar com sabedoria nesses lugares”, declarou a família.

Apesar do desafio, a Palavra de Deus tem encontrado espaço. “Louvamos a Deus pelas oportunidades de passarmos tempo juntos, nos debruçando em Sua Palavra”, afirmaram.

Projetos que transformam vidas

Na região de Pabré, onde vivem refugiados internos, a família missionária desenvolve o projeto “Tenda de Brincar”, oferecendo ensino e apoio às crianças. Durante este período, um grave acidente envolveu o pastor Paul, parceiro do projeto.

“Ele foi atropelado por um caminhão e sobreviveu por milagre. A recuperação tem sido difícil, com cirurgias e altos custos, mas Deus tem cuidado. Continuem orando por ele”, pediram.

Com o fim do ano letivo se aproximando na África, os missionários estão empenhados na tradução do Novo Testamento para a língua Marka, com previsão de conclusão e revisão até 2026. Além disso, estão iniciando unidades de alfabetização em outras regiões do país.

A igreja local tem sido mobilizada a participar de forma ativa por meio de clubes evangelísticos, especialmente entre as crianças que frequentam o projeto.

“Nosso maior desejo é ver essas famílias, hoje refugiadas por causa da guerra e do terrorismo, retornarem às suas terras com fé viva em Jesus Cristo”, afirmaram.

Uma missão de fé

Apesar dos perigos e das limitações, a família Lourenço segue firme, sustentada pela oração e pela Palavra de Deus.

“Louvamos a Deus por Sua eterna e doce Palavra, que nos orienta e nos fortalece diante dos desafios. E agradecemos a todos que oram por nós e caminham conosco nessa missão.”

Fonte: Guiame, com informações de Junta de Missões Mundiais 

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