O televangelista americano Jim Bakker, de 85 anos — conhecido por seu passado explosivo de escândalos e condenações — voltou aos holofotes com um apelo dramático e polêmico: precisa de US$ 1 milhão para não perder seu ministério e a própria casa. A súplica foi feita ao vivo durante o episódio de 6 de maio do The Jim Bakker Show, onde o pastor afirmou que, sem essa ajuda urgente, tudo pode desmoronar em apenas um mês.
“Estamos no Fim dos Tempos”, declarou Bakker com ar solene, entre versículos de Mateus 24 e comentários apocalípticos, ao lado dos coapresentadores Mondo De La Vega e Ricky Bakker. Em tom quase desesperado, ele responsabilizou a crise financeira pela queda nas ofertas e disse depender agora da “boa vontade” dos telespectadores para continuar no ar.
O pastor, que afirma não receber salário há mais de quatro décadas e viver com a aposentadoria da Previdência Social, foi direto:
“Se mil pessoas doarem mil dólares agora, conseguimos sobreviver. Caso contrário, estamos acabados.”
Mas o que mais chamou atenção foi o alerta de que o colapso do ministério implicaria diretamente na perda de sua casa — que está hipotecada. “Se tomarem o ministério, perco tudo. Fico sem teto”, declarou. E ainda citou o Salmo 37:25 para dramatizar: “Nunca vi o justo desamparado…”
Durante o apelo, Bakker pediu que os fiéis enviassem as doações imediatamente pelo correio, classificando a contribuição como “uma semente” que Deus multiplicaria.
O pedido gerou forte reação nas redes sociais e trouxe à tona o passado controverso de Bakker: nos anos 1980, ele foi o rosto do império evangélico PTL, com uma rede de TV e o luxuoso parque cristão Heritage USA. Tudo ruiu em 1988, quando ele foi indiciado por 24 crimes federais, incluindo fraude e conspiração. A Justiça alegou que Bakker enganou fiéis em um esquema de promessas falsas de hospedagem e desviou milhões para sustentar um estilo de vida extravagante.
Condenado a 45 anos de prisão e meio milhão de dólares em multas, Bakker cumpriu quase cinco anos antes de ser libertado. Desde então, voltou com um novo foco: vender kits do Apocalipse e produtos de sobrevivência em meio a pregações sobre o fim do mundo.
Agora, décadas depois, ele se vê novamente no centro da controvérsia — pedindo doações vultosas enquanto prega o caos. A pergunta que muitos fazem: trata-se de fé ou de desespero? Ajuda divina ou mais um capítulo de um televangelismo que não sabe viver sem dinheiro?
“Deus estará com você se você estiver com Ele”, concluiu Bakker, enquanto esperava que as contribuições começassem a chegar.