Jaraguá do Sul (SC) enfrenta uma crescente demanda por alterações na infraestrutura viária: segundo o diretor de Trânsito e Transportes, Gilmar Marietto, o município já registra mais de 800 solicitações de moradores pedindo faixas elevadas em diferentes pontos da cidade, com foco em travessias de pedestres e áreas próximas às escolas e bairros residenciais.
Com recursos limitados, a Prefeitura não consegue atender todos os pedidos à medida que surgem. Entre as soluções projetadas está a implantação de radares móveis, uma alternativa flexível e de custo potencialmente menor, empregada para controlos pontuais de velocidade.
Marietto afirma que o uso do radar móvel visa principalmente “diminuir as mortes no trânsito” ao atuar de forma eficaz em locais de maior risco e em resposta a acidentes recorrentes.
Panorama local: acidentes em alta no trânsito
O cenário não poderia ser mais preocupante: dados da Polícia Militar apontam que Jaraguá do Sul registrou 60 acidentes em apenas uma semana, resultando em duas mortes, em uma média de quase um sinistro a cada 3 horas.
O major Antônio Benda da Rocha descreveu a situação como “alerta vermelho”, defendendo ações emergenciais em engenharia, fiscalização e educação no trânsito.
Efetividade dos radares conforme estudos internacionais
Diversas pesquisas reforçam a eficácia dos radares para reduzir acidentes: conforme a Cochrane Review, a presença de radares de velocidade pode diminuir entre 11% e 44% os acidentes com vítimas graves ou morte; no Reino Unido, a implementação de radares gerou até 42% menos mortes ou feridos graves em áreas monitoradas.
Faixas elevadas vs. radares eletrônicos
Historicamente, Jaraguá do Sul tem substituído radares eletrônicos por faixas elevadas em trechos com limite de 40 km/h, elevando o padrão para 60 km/h. A mudança é bem recebida por moradores por reduzir a sensação de “indústria da multa”, mantendo a segurança sem penalização imediata.
No entanto, a construção de faixas elevadas tem custo elevado (entre R$ 8 mil e R$ 13 mil por unidade), além de exigir obras físicas — o que limita a expansão rápida. Por essa razão, os radares móveis são vistos como uma alternativa ágil e adaptável, especialmente em trechos emergenciais ou com alta incidência de acidentes.
Radares móveis: vantagens e desafios
Mobilidade e agilidade para instalação em locais críticos sem infraestrutura permanente;
Poder de educação imediata ao condutor, reduzindo excessos de velocidade;
Controvérsia sobre a visibilidade dos equipamentos móveis, que, conforme a norma do CONTRAN, devem ser ostensivos, com placas indicativas — prática nem sempre cumprida.
Entretanto, defensores do sistema destacam que a operacionalização de radares móveis exige sinalização clara e transparência para evitar a percepção de “pegadinhas”.
Caminhos para a segurança viária
Integrar tecnologia, engenharia, educação e fiscalização é a estratégia apontada por especialistas locales como o major Benda. A implementação de radares móveis em conjunto com obras como rotatórias de quadra, travessias elevadas e padronização da velocidade a 60 km/h pode gerar maior impacto e salvar vidas.
Em resumo:
😷 Mais de 800 pedidos de faixas elevadas estão em análise pela Prefeitura;
🔄 A alternativa escolhida: radares móveis, para atender com rapidez e atuar nos pontos mais perigosos;
📉 Estudos comprovam que a fiscalização eletrônica reduz acidentes graves e mortes;
⚠️ A efetividade dependerá de sinalização, transparência e integração com outras medidas de engenharia.
A Prefeitura reafirma o compromisso com a segurança viária, e Gilmar Marietto enfatiza que os radares móveis são parte de um plano mais amplo para reduzir os índices de mortalidade no trânsito.