Em meio à crescente crise de fé entre os jovens e à banalização do Evangelho nos púlpitos modernos, o pastor Jack Graham, um dos líderes mais influentes do evangelicalismo americano, faz um apelo contundente: voltar à Bíblia como única esperança espiritual para esta geração.
Durante entrevista recente, Graham — que lidera a megachurch Batista Prestonwood, com mais de 45 mil membros no Texas — afirmou que a igreja nos EUA está diante de uma “encruzilhada espiritual”. E foi direto: “Isso realmente nos remete às igrejas locais sendo reavivadas, aos pastores pregando a verdade”.
Apesar dos “muitos deslizes nos últimos anos”, ele reconheceu que ainda há “pastores fiéis fazendo um bom trabalho”. Mas o diagnóstico é claro: a superficialidade do discipulado, especialmente entre os jovens, está matando o cristianismo autêntico. “A maior necessidade hoje é o conhecimento das Escrituras”, afirmou Graham.
Aos 75 anos, ele denuncia abertamente líderes que distorcem a Palavra de Deus: “Há um aumento no número de mulheres líderes ministeriais que usam apenas o suficiente das Escrituras para fazer as coisas parecerem bíblicas, mas não são. Trata-se realmente de confiar em si mesma, de se colocar em primeiro lugar”.
Para combater esse desvio, ele sugere um retorno pessoal à Palavra: “Comece por você mesmo. Tenha um plano. Leia a Bíblia. Marque a sua Bíblia. Receba a Palavra de Deus”.
Graham ainda desafia os cristãos a reavaliarem onde congregam: “Se o seu pastor se levantar e não disser nos primeiros minutos da mensagem: ‘Abram suas Bíblias para…’, ou se você não ouvir o nome de Jesus sendo mencionado, procure outro pastor. Procure outro pregador”.
O pastor também não poupou palavras ao abordar os escândalos que envolvem lideranças religiosas. “De todas as profissões, o ministério é uma área em que sua vida pessoal — seu caráter, sua integridade — importa absolutamente. É a única coisa no ministério da qual você não pode prescindir”.
No livro O Livro de Jesus, lançado em 2023, Graham faz um convite à leitura bíblica profunda: “Se houvesse apenas um livro que eu pudesse escrever, seria este”. A obra, segundo ele, é um recurso tanto para novos convertidos quanto para cristãos maduros. “Vale a pena. Servir a Jesus custa, mas também vale a pena servir a Jesus”, refletiu.
Apesar do crescente desinteresse dos jovens pela igreja institucional, Graham vê uma centelha: “Um desejo por autenticidade entre os jovens adultos atualmente”. Ele crê que há uma “fome espiritual” que só será saciada com o retorno às Escrituras: “Abrir a Bíblia e encontrar Jesus ali”.