Um debate ao vivo na Rádio Mais FM, da Assembleia de Deus Brás, ganhou repercussão nacional após um confronto de ideias entre o pastor Elizeu Rodrigues e o jovem pregador Miguel Oliveira, conhecido como o “profeta mirim”. O ponto central da discussão foi a maturidade necessária para exercer o ministério da pregação, especialmente sobre temas como casamento e vida cristã adulta.
Durante o programa, o pastor Elizeu fez menção ao ensino do apóstolo Paulo, destacando que certos assuntos exigem experiência de vida e preparo espiritual. Ele questionou:
“O que um menino de 10 anos vai falar sobre o casamento?”
Miguel rebateu de forma direta:
“Paulo não era casado, e ele falava de casamento, né?”
A discussão avançou quando Elizeu tentou contextualizar a autoridade apostólica de Paulo, lembrando que o apóstolo foi teólogo, plantador de igrejas, poliglota e autor inspirado por Deus de boa parte do Novo Testamento.
“Paulo escrevia inspirado pelo Espírito Santo. Quando a gente fala de uma criança pregar sobre dificuldades do casamento, lembramos do próprio Paulo dizer que o neófito não deve assumir funções ministeriais”, afirmou o pastor.
O termo “neófito”, usado por Paulo em 1 Timóteo 3:6, refere-se àquele que ainda é novo na fé e que, por não ter maturidade espiritual, pode se perder pela soberba ao assumir responsabilidades precocemente.
Ainda durante o embate, Miguel reagiu com firmeza:
“Então eu não posso pregar o que está escrito? Eu tenho que viver isso, pastor?”
Ao que Elizeu respondeu:
“Você tem que vivenciar o que está escrito […] Não, não é complicado entender.”
Rompimento de mentoria
Segundo informações, os desentendimentos entre os dois não são recentes. Inicialmente, Elizeu teria oferecido mentoria ao jovem pregador, mas acabou retirando a proposta, alegando falta de compromisso com os estudos bíblicos e com a formação teológica adequada.
Reflexão para a igreja brasileira
O caso tem gerado reflexões importantes sobre chamado, preparo, e responsabilidade ministerial. O crescimento de figuras jovens nas redes sociais, como Miguel Oliveira, reacende o debate sobre os limites entre dom espiritual e maturidade cristã.
A Bíblia orienta que o ministério deve ser exercido com temor, equilíbrio e sob supervisão da liderança madura. O desafio da igreja contemporânea é manter o zelo doutrinário sem sufocar os dons, sempre guiando os vocacionados ao crescimento com base na Palavra.