Uma nova moda digital, conhecida como "Italian Brain Rot", tem levantado sérios alertas entre educadores, especialistas e pais preocupados. Trata-se de vídeos absurdos, sem nexo e altamente viciantes que vêm tomando conta das redes sociais — especialmente no TikTok — e já ultrapassaram a marca de 3 bilhões de visualizações. O nome popular entre estudiosos é direto e assustador: "brain rot", ou seja, apodrecimento cerebral.
Os vídeos apresentam personagens grotescos, criados com inteligência artificial, misturando estereótipos italianos, objetos aleatórios, animais e até expressões bizarras. Um dos exemplos mais famosos é a “Ballerina Cappuccina”, uma bailarina com uma xícara de cappuccino no lugar da cabeça — sim, isso mesmo. O conteúdo não tem propósito educativo, é completamente desconexo e parece hipnotizar o público infantil e adolescente. Um único vídeo dessa personagem já ultrapassou 45 milhões de visualizações.
Para muitos especialistas, o objetivo desse tipo de conteúdo não é entreter, mas sim desligar a capacidade de reflexão. “São piadas internas para usuários que passam horas imersos nessas redes, mas o impacto pode ser perigoso”, afirmou o professor Yotam Ophir, da Universidade de Buffalo. Segundo ele, esse tipo de material destrói o foco, prejudica o raciocínio e pode aumentar a dependência digital.
Pior: os reflexos já chegaram às salas de aula. O professor norte-americano Philip Lindsay relatou que seus alunos passaram a desenhar os personagens, repetir frases e gestos dos vídeos, mesmo sem entender o que estão fazendo. Um verdadeiro zumbilândia digital.
Mas o que era bizarro ficou ainda mais preocupante. Muitos vídeos começaram a circular com trilhas sonoras racistas, piadas sobre bombardeios e referências violentas. E o alerta é real: personagens aparentemente "inocentes" — como o famoso Pepe the Frog — já foram apropriados por grupos extremistas no passado. Segundo Ophir, “o mesmo pode acontecer agora, e isso deve nos deixar atentos”.
Não se trata apenas de uma nova tendência digital. Estamos falando de um conteúdo tóxico, mascarado de diversão, que está sendo consumido por milhares de crianças e adolescentes sem qualquer filtro ou supervisão. O alerta está dado: o cérebro da próxima geração está sendo bombardeado por lixo virtual.
A responsabilidade é dos pais, da igreja e da sociedade como um todo. É urgente monitorar o que nossos filhos assistem e oferecer alternativas saudáveis, edificantes e com valores cristãos. A formação espiritual e intelectual das novas gerações está em jogo.