Brasil amarga penúltima posição global em eficiência governamental, aponta ranking internacional

 Enquanto nações como Suíça, Singapura e Hong Kong lideram o mundo em qualidade da gestão pública, o Brasil vive um cenário oposto e preocupante: ficou com a 68ª colocação entre 69 países avaliados em eficiência governamental, superando apenas a Venezuela, segundo o mais recente Ranking de Competitividade Global 2025, divulgado nesta quarta-feira (18) pelo International Institute for Management Development (IMD), em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC).

O estudo, considerado um dos mais respeitados na área de economia e gestão pública, analisou 69 países com base em 364 indicadores, abrangendo temas como infraestrutura, desempenho econômico, eficiência empresarial e, claro, eficiência governamental.

O que significa estar entre os piores?

A baixa posição do Brasil revela um quadro alarmante de ineficiência administrativa, burocracia excessiva, baixa capacidade de adaptação de políticas públicas e problemas crônicos de gestão fiscal.

No recorte específico de eficiência governamental, o Brasil amarga as últimas colocações em vários subitens:

  • Custo de capital: 69º lugar (o pior do mundo)
  • Protecionismo comercial: 68º lugar
  • Finanças públicas: 67º lugar
  • Legislação trabalhista (desemprego): 67º lugar
  • Adaptabilidade das políticas governamentais: 67º lugar

Esses indicadores refletem uma estrutura pública cara, pouco transparente e com grande dificuldade de resposta às demandas sociais e econômicas do país.

Pequena melhora na competitividade geral

Apesar do péssimo desempenho na eficiência governamental, o Brasil avançou quatro posições no ranking geral, subindo da 62ª para a 58ª colocação entre os países mais competitivos do mundo. Isso se deve, principalmente, a avanços em áreas como infraestrutura tecnológica e digitalização de serviços, além de uma leve recuperação econômica nos últimos meses.

Entretanto, especialistas alertam que, sem uma melhora efetiva na gestão pública, esse crescimento pode ser pontual e insustentável.

"O Brasil enfrenta um paradoxo: melhora em alguns indicadores de mercado, mas continua muito mal em termos de capacidade de gestão pública e formulação de políticas eficazes", avaliou Carlos Arruda, professor da FDC e um dos responsáveis pela análise.

O que está em jogo?

A eficiência governamental está diretamente ligada à capacidade do Estado em criar um ambiente favorável ao crescimento econômico, à geração de empregos e ao desenvolvimento social. Países que ocupam o topo do ranking — como Suíça e Singapura — possuem governos reconhecidos por sua transparência, agilidade nas decisões e políticas públicas consistentes e sustentáveis.

No caso do Brasil, a má gestão afeta desde a atração de investimentos até a qualidade dos serviços básicos como saúde, educação e segurança. O excesso de burocracia, somado ao alto custo tributário e à instabilidade regulatória, também afasta empresas estrangeiras e prejudica empreendedores nacionais.

Um olhar à luz dos valores cristãos

Do ponto de vista bíblico, a situação chama atenção para um princípio muitas vezes esquecido na administração pública: a responsabilidade e a boa governança.

A Bíblia, em Provérbios 29:2, ensina:

“Quando os justos governam, alegra-se o povo; mas quando o ímpio domina, o povo geme.”

O cenário atual reforça a necessidade de líderes públicos que atuem com ética, justiça e responsabilidade com o bem comum.

Caminhos para a mudança

Segundo os analistas do IMD e da Fundação Dom Cabral, a transformação desse quadro depende de reformas estruturais profundas, como:

  • Redução da burocracia
  • Melhora da qualidade do gasto público
  • Reforma tributária efetiva
  • Políticas de incentivo à competitividade
  • Maior previsibilidade e segurança jurídica

Além disso, especialistas destacam a importância da pressão da sociedade civil por mais transparência e ética na gestão pública.

Enquanto isso, a expectativa é que os dados deste ranking sirvam de alerta não apenas para os governantes, mas também para a população em geral — especialmente num ano pré-eleitoral, em que as escolhas nas urnas podem definir os rumos do país para os próximos anos.

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