Batismo de Gracyanne Barbosa por Pablo Marçal gera polêmica entre evangélicos: “Falta de autoridade espiritual?”

 O batismo da influenciadora e ex-BBB Gracyanne Barbosa, realizado recentemente pelo coach e empresário Pablo Marçal, virou o centro de uma intensa polêmica nas redes sociais e nos círculos evangélicos. O que era para ser um momento de celebração da fé acabou provocando debates teológicos e questionamentos sobre autoridade espiritual.

Do altar da Assembleia de Deus ao tanque de Marçal

Tudo começou no último domingo, 25 de maio, quando Gracyanne atendeu a um apelo durante um culto na Assembleia de Deus Vitória em Cristo, no bairro Recreio (RJ), conduzido pelo pastor Bruno Santos. A cena foi marcada por lágrimas, emoção e declarações de um novo começo espiritual.

No entanto, poucos dias depois, a surpresa: Gracyanne apareceu nas redes sociais sendo batizada por Pablo Marçal, junto com dezenas de outros seguidores do coach. O ato, que deveria simbolizar arrependimento e nova vida, acabou sendo visto por muitos como uma “cerimônia irregular”.

Onde está a autoridade eclesiástica?

A grande controvérsia gira em torno de um ponto: Pablo Marçal não tem vínculo formal com nenhuma denominação evangélica reconhecida, nem é ministro ordenado. Nas imagens compartilhadas por ele, o batismo aconteceu de forma pública, sem qualquer protocolo litúrgico, e com a participação de voluntários e simpatizantes.

Para muitos líderes e membros de igrejas históricas, como a própria Assembleia de Deus, o batismo realizado dessa forma não tem validade eclesiástica. Segundo a doutrina de diversas denominações, sacramentos como o batismo devem ser ministrados por pastores ou ministros devidamente ordenados.

“Batismo do arrependimento”?

Gracyanne justificou sua participação chamando o ato de “batizado do arrependimento”, uma expressão que remete ao ministério de João Batista, conforme relatado em Marcos 1:4:
“João apareceu batizando no deserto e pregando o batismo de arrependimento para remissão dos pecados.”

No entanto, líderes assembleianos destacam que, no contexto da igreja atual, existe uma ordem bíblica e eclesiástica para o batismo cristão, que vai além de uma simples decisão individual ou de um ato simbólico.

A Bíblia respalda ou condena?

A discussão ganhou ainda mais força com internautas citando exemplos bíblicos. Alguns lembraram de Atos 8:38-39, quando Felipe batizou o eunuco etíope de forma espontânea e fora de um templo. Por outro lado, outros destacaram o princípio de ordem estabelecido nas cartas pastorais de Paulo, onde o apóstolo enfatiza a importância de liderança reconhecida e da doutrina.

Repercussão e silêncio institucional

Até o momento, a Assembleia de Deus Vitória em Cristo não se pronunciou oficialmente sobre o assunto. Também não houve esclarecimento de Gracyanne sobre se ela pretende realizar uma nova cerimônia de batismo, desta vez sob os padrões da denominação em que se converteu.

Nas redes, seguidores de Marçal celebraram o ato, enquanto outros acusaram o coach de “usurpação de função ministerial” e de “banalizar um dos principais sacramentos da fé cristã”.

Uma reflexão sobre fé e responsabilidade

O episódio reacende o debate sobre os limites entre experiências pessoais de fé e a prática correta dos sacramentos. Até que ponto alguém pode, por conta própria, realizar um batismo? Qual é a responsabilidade espiritual de quem ministra e de quem recebe? Questões que, sem dúvida, ainda vão gerar muita conversa nos próximos dias.

Enquanto isso, o próprio Marçal segue defendendo a validade espiritual do ato, e Gracyanne Barbosa continua sendo acompanhada de perto pelo olhar atento da comunidade cristã.


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