A fumaça preta que saiu da chaminé da Capela Sistina nesta quarta-feira (7) indicou que ainda não houve consenso entre os cardeais reunidos em conclave para eleger o novo líder da Igreja Católica. Novas votações continuam nesta quinta-feira (8), enquanto o mundo aguarda com expectativa o anúncio do sucessor de Pedro.
Quando a escolha finalmente for feita, uma das primeiras decisões do novo pontífice será escolher o nome pelo qual será conhecido em seu papado.
Mudança de nome: tradição que remonta a Cristo
Logo após a eleição, o cardeal decano faz a pergunta solene: "Quo nomine vis vocari?" — em português, "Como quer ser chamado?". Essa tradição é profundamente simbólica e encontra raízes na própria Bíblia, quando Jesus muda o nome do apóstolo Simão para Pedro, marcando uma nova missão e identidade espiritual.
Assim como aconteceu com Pedro, o primeiro líder da Igreja, os papas escolhem um novo nome para representar sua missão à frente do rebanho de Cristo. Em geral, o nome escolhido homenageia papas anteriores, santos da Igreja ou apóstolos do Novo Testamento.
Os nomes mais escolhidos ao longo da história
Ao longo dos séculos, alguns nomes se destacaram entre os sucessores de Pedro. Veja os mais recorrentes:
- João – escolhido por 21 papas
- Gregório – 16 vezes
- Bento – 15 vezes
- Clemente – 14 vezes
- Leão e Inocêncio – 13 vezes cada
- Pio – 12 vezes
Esses nomes carregam legados importantes, sendo resgatados por pontífices que desejam seguir exemplos de fé, firmeza doutrinária ou renovação espiritual.
No entanto, é importante destacar que a contagem de papas com o nome João tem algumas peculiaridades históricas. Por exemplo, João XVI (997-998) é hoje considerado um antipapa e não é contabilizado oficialmente. Além disso, nunca houve um João XX, devido a um erro de numeração durante a Idade Média. Por isso, o último papa oficialmente chamado João foi João XXIII (1958-1963).
Nomes incomuns e decisões marcantes
Nem todos os nomes se repetem. Alguns papas optaram por nomes únicos na história da Igreja, como Simplício, Zacarias e Teodorico. Já o último papa a manter seu nome de batismo foi Adriano VI, no século XVI. Desde então, todos adotaram novos nomes.
A escolha do nome também pode indicar a continuidade de doutrinas. João Paulo I (1978), por exemplo, uniu os nomes de seus antecessores, João XXIII e Paulo VI. Seu pontificado durou apenas 33 dias. O seu sucessor, João Paulo II (1978-2005), adotou esse nome em homenagem a ele.
Outro exemplo é o do papa Bento XVI (2005-2013), que escolheu esse nome em referência a Bento XV, conhecido como o “papa da paz” por sua postura durante a Primeira Guerra Mundial.
Papa Francisco: um nome inédito e inspirado no Brasil
Quando foi eleito em 2013, o argentino Jorge Mario Bergoglio surpreendeu ao escolher um nome inédito na história da Igreja: Francisco. A inspiração veio de São Francisco de Assis, conhecido por sua vida de humildade, simplicidade e amor aos pobres.
O detalhe curioso é que essa escolha teve influência direta de um brasileiro: Dom Cláudio Hummes, cardeal brasileiro, que teria dito a Bergoglio logo após sua eleição: "Não se esqueça dos pobres". A frase marcou o coração do novo papa, que decidiu homenagear o santo que mais representa o espírito de serviço e desapego material.
Expectativa e fé no novo pontífice
Enquanto o mundo acompanha o conclave, cresce a expectativa sobre quem será o novo líder da Igreja e qual nome ele escolherá — um nome que poderá carregar uma mensagem de esperança, continuidade ou renovação.
A expectativa da Igreja
Enquanto os fiéis aguardam o resultado do conclave, muitos já se perguntam qual nome será escolhido pelo novo papa — uma escolha que pode sinalizar muito sobre os caminhos que pretende trilhar.
A Rádio Gospel Jaraguá segue acompanhando todos os desdobramentos e continuará trazendo informações para você, ouvinte e leitor que valoriza a fé, a história da Igreja e a importância de líderes espirituais para nosso tempo.
Com informações do G1