"Tatuagem santa?" Pastor Max Lucado surpreende ao marcar no corpo sua fé e reacende polêmica entre evangélicos

Imagem Reprodução: https://maxlucado.com

 

Aos 70 anos, o renomado pastor Max Lucado, autor best-seller e uma das vozes mais influentes do evangelicalismo nos Estados Unidos, decidiu celebrar seu jubileu espiritual de uma forma inesperada — e controversa: com uma tatuagem no antebraço. A palavra escolhida? “Tetelestai” — expressão grega que significa “está consumado”, a última declaração de Jesus na cruz segundo João 19:30.

O gesto, revelado por Lucado em suas redes sociais no início de abril, foi acompanhado por uma justificativa carregada de emoção e propósito: “Há 50 anos, a graça me encontrou. Na cruz, Cristo pagou minha dívida. Ela está paga — paga integralmente”. Para o pastor, o desenho na pele não é rebeldia tardia, mas um marco espiritual: “Não fiz isso pelas pessoas, fiz para agradecer a Jesus”.

Mas a homenagem virou combustível para uma antiga fogueira teológica que segue em brasa no meio cristão: afinal, é pecado um pastor tatuado? Para muitos, especialmente os mais conservadores, a resposta ainda ecoa em Levítico 19:28 — “Não fareis marca alguma sobre vós”.

A coragem de Lucado em desafiar esse entendimento tradicional reacendeu debates que dividem púlpitos e fiéis. Ele, no entanto, não se escondeu: além de postar fotos da tatuagem, expôs, como já tem feito nos últimos anos, sua trajetória marcada por lutas internas. Ex-racista, ex-misógino, ex-hipócrita — nas palavras dele mesmo —, Lucado contou que antes de se converter, vivia uma vida “desregrada, sem propósito e afundada em vícios e preconceitos”.

Pastor Max Lucado no estúdio de tatuagem; Foto: reprodução/Facebook

Mais recentemente, revelou ter enfrentado o alcoolismo em segredo enquanto lidava com o peso do ministério: “Comecei a beber. Escondido, no carro, em um estacionamento... até que ouvi a voz: ‘Sério, Max?’”. O episódio foi o estopim de um novo processo de restauração e, agora, um novo símbolo de redenção marcado no próprio corpo.

Enquanto alguns o aplaudem pela autenticidade, outros o criticam por “ceder ao espírito da época”. O pastor pentecostal Ryan French, por exemplo, aponta que tatuagens ferem princípios de santidade. Já o influente teólogo John Piper, embora não veja pecado intrínseco na prática, alerta: “Duvido que muitos cristãos pensem com a devida seriedade bíblica antes de marcar a pele”.

Lucado, porém, não está sozinho nesse movimento. A televangelista Joyce Meyer também causou alvoroço ao tatuar versículos aos 79 anos. O casal Chandler, da influente Village Church, fez o mesmo em Jerusalém. Tatuagens, ao que parece, estão se tornando a nova epístola viva entre alguns líderes cristãos — ainda que nem todos estejam prontos para lê-la.

No fim das contas, a pergunta de Max Lucado segue reverberando entre os que o seguem e os que o condenam: “Você conhece essa graça?”

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