Milhares de manifestantes tomaram conta da Avenida Paulista, em São Paulo, neste domingo (6), em um ato de forte apelo político e religioso, clamando por anistia aos detidos pelos atos de 8 de janeiro de 2023. A manifestação reuniu apoiadores, líderes religiosos e políticos de destaque, com presença marcante do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG).
A mobilização começou com uma oração conduzida pela vereadora Priscila Costa (PL), de Fortaleza, ligada à Assembleia de Deus Ministério Belém. Em um tom emocionado, ela agradeceu a presença dos participantes e pediu que Deus abençoasse a nação brasileira, dando o tom espiritual que marcaria todo o evento.
O pastor Silas Malafaia, um dos principais articuladores da manifestação, subiu ao trio elétrico para fazer duras críticas ao Supremo Tribunal Federal. Em seu discurso inflamado, cobrou responsabilidade e equilíbrio dos magistrados.
“Senhores ministros, não joguem na lata do lixo a reputação do mais importante tribunal do país”, declarou, encerrando suas palavras com uma oração fervorosa, sob aplausos e gritos de apoio.
Michelle Bolsonaro emocionou o público ao dividir espaço com representantes de diferentes credos — incluindo o pai de santo Sergio Pina e o padre Kelmon. Um rabino também era esperado, mas não chegou a tempo. Ao microfone, a ex-primeira-dama falou sobre fé, esperança e justiça:
“Continuem orando, meus amados. Eu creio que o Sol da Justiça vai raiar sobre o nosso Brasil”, afirmou, arrancando fortes reações da multidão.
Em um dos momentos mais aguardados do ato, Jair Bolsonaro subiu ao palanque e ironizou as acusações de tentativa de golpe militar que recaem sobre ele e seus aliados.
“Só um psicopata para falar que aquilo que aconteceu no dia 8 de janeiro foi tentativa armada de golpe militar”, disparou, classificando as punições como desproporcionais e injustas.
O evento terminou com gritos de “liberdade”, orações coletivas e um apelo por união nacional. A manifestação deixou clara a força simbólica e política que o 8 de janeiro ainda exerce sobre parte expressiva da população brasileira.
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