Enquanto o mundo assiste estarrecido à tragédia que assola Mianmar, a organização cristã Samaritan’s Purse se mobiliza para levar esperança onde só há dor.
Após o terremoto devastador de magnitude 7,7 que atingiu o país e partes da Tailândia na última sexta-feira (4), a entidade humanitária liderada por Franklin Graham envia um hospital de campanha completo para atender os milhares de feridos e desabrigados.
Segundo a agência Reuters, o número de mortos já ultrapassa 2.700 pessoas, com mais de 4 mil feridos e 441 desaparecidos — números que infelizmente continuam subindo. A cidade de Mandalay, a segunda maior do país, foi uma das mais atingidas. Lá, cenas de desespero se repetem: hospitais evacuados, pessoas dormindo nas ruas, e comunidades inteiras clamando por socorro.
Diante desse cenário, a resposta da Samaritan’s Purse é clara: levar ajuda em nome de Jesus.
Na segunda-feira, um avião DC-8 partiu da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, com destino ao Canadá para ser carregado com suprimentos médicos e um hospital de campanha com salas de cirurgia, pronto-socorro, farmácia e laboratório, preparado para atender vítimas de traumas graves, realizar cirurgias de emergência e distribuir medicamentos essenciais.
Ao todo, 28 especialistas em resposta a desastres, entre médicos, enfermeiros e técnicos, foram enviados para trabalhar diretamente nas áreas mais atingidas. Além disso, equipes locais do Vietnã e do Camboja também foram mobilizadas.
“Agora, as famílias estão de luto pela perda de entes queridos e muitas ficaram sem nada — dormindo ao relento, enquanto os tremores secundários continuam”, declarou Franklin Graham. “Estamos respondendo em nome de Jesus para levar alívio aos que estão sofrendo.”
Ele também fez um apelo à comunidade cristã: “Orem por todos os afetados e por nossas equipes enquanto servem”.
Tragédia dentro da tragédia
Em Mandalay, 50 monges foram encontrados mortos dentro de um mosteiro, onde cerca de 270 estavam reunidos para exames no momento do abalo. Outros 150 continuam desaparecidos. As equipes de resgate enfrentam desafios gigantescos para localizar sobreviventes em meio aos escombros.
Além da destruição causada pela natureza, relatos alarmantes apontam que o governo militar da junta continua promovendo ataques aéreos contra civis — mesmo em meio à catástrofe. A União Nacional Karen, uma das mais antigas facções armadas do país, composta majoritariamente por cristãos, denunciou os bombardeios no último domingo (6), o que aprofunda ainda mais a crise humanitária.
Pedido global de socorro
O Ministério da Saúde de Mianmar pediu ajuda internacional. A ONU já lançou um apelo emergencial de US$ 8 milhões para financiar operações de socorro. Vale lembrar que, mesmo antes do terremoto, cerca de 20 milhões de pessoas já viviam em situação de vulnerabilidade no país, devido à instabilidade política desde o golpe militar de 2021.
Na linha de frente dessa batalha estão organizações como a Samaritan’s Purse, que também prevê o envio de sistemas de filtragem de água, materiais para abrigos, kits de higiene e lanternas nos próximos dias.
Num cenário de tanta dor e destruição, a presença cristã em Mianmar mostra que, mesmo em meio às ruínas, a esperança ainda pode florescer — levada por mãos que socorrem, corações que amam e fé que não desiste.
Fonte: Gospel+
Foto: Internet