Pastor americano indiciado por homofobia após pregação impactante no DF

 Em um caso que tem gerado grande repercussão entre cristãos e defensores da liberdade religiosa, o pastor americano David Eldridge foi indiciado por homofobia pela Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual ou contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin) na última quinta-feira (20).

O líder religioso está sendo investigado desde 2023 por declarações feitas durante sua pregação no Congresso da UMADEB (União da Mocidade da Assembleia de Deus de Brasília), em 19 de fevereiro daquele ano. Durante a ministração, transmitida ao vivo, Eldridge pregou contra a homossexualidade, pautado em princípios bíblicos, o que gerou protestos e levou a uma ação legal contra ele.

Trecho da pregação que motivou a denúncia

Em sua mensagem, David Eldridge abordou a questão do pecado e suas consequências espirituais. Ele alertou os jovens sobre diversos comportamentos que, segundo ele, os afastariam de Deus.

“Deixa eu dizer aos jovens que estão aqui esta noite. Toda vez que você peca, você está fazendo uma reserva no inferno. Toda a vez que você olha pornografia, você está indo para um lugar onde o fogo nunca apaga. Toda vez que você toma vantagem da pureza de uma moça, você está fazendo uma reserva lá no inferno. Você adulto que está tomando posse e molestando crianças, você está fazendo uma reserva no inferno. Deixa eu te dizer uma coisa, toda vez que você liga a sua televisão e assiste aquelas misérias e imoralidades sexuais e você ri sobre isso, e você acha que é engraçado, e lá dentro do seu coração o Diabo está tomando conta e você está fazendo uma reserva no inferno”, declarou o pastor.

Eldridge também mencionou aspectos da cultura contemporânea: 

“Você, moço, que está usando calça apertada, que é o espírito de homossexual: isso vai para o inferno! Você, moça, que quando sai de casa a saia está curta e apertada, você sabe o que está fazendo? Você tem uma reserva lá no inferno!”.

Investigação e possíveis consequências

A denúncia foi movida por grupos ativistas como a Aliança Nacional LGBTI+ e a Associação Brasileira de Famílias Homoafetivas (ABRAFH), que alegaram que o discurso do pastor configurava incitação ao ódio contra homossexuais.

A Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do DF também pressionou para que o caso fosse investigado. Com o indiciamento, Eldridge pode enfrentar uma pena de 4 a 10 anos de prisão caso seja condenado, além da possibilidade de ser proibido de ministrar no Brasil por três anos.

STF e a liberdade religiosa

O caso levanta um intenso debate sobre os limites da liberdade religiosa no Brasil. O Supremo Tribunal Federal (STF) já estabeleceu que a repressão penal à prática da homotransfobia não pode limitar o exercício da liberdade religiosa, desde que não incite discriminação, hostilidade ou violência. No entanto, ativistas argumentam que a pregação de Eldridge extrapolou essa garantia.

Igreja Assembleia de Deus também foi alvo de ação

Além da denúncia contra o pastor, a Igreja Assembleia de Deus de Brasília também foi processada pela Aliança Nacional LGBTI+ e pela ABRAFH, que pediram uma indenização de R$ 5 milhões por danos morais coletivos. Os ativistas exigiam que os valores fossem destinados à estruturação de centros de cidadania LGBTI+ e que a igreja se retratasse publicamente.

Contudo, em 2024, a 22ª Vara Cível de Brasília julgou improcedente a ação contra a igreja e anulou uma medida anterior que havia retirado a pregação das plataformas online.

Perseguição religiosa ou discurso de ódio?

O indiciamento de David Eldridge reacende o debate sobre a criminalização de discursos religiosos e os limites da pregação dentro do cenário legal brasileiro. Para muitos cristãos, o pastor está sendo perseguido por expressar sua fé e pregar os ensinamentos bíblicos. Já para os grupos ativistas, suas palavras são um exemplo de intolerância e devem ser punidas.

O caso promete se arrastar nos tribunais e continuar mobilizando opiniões em todo o Brasil. Enquanto isso, fiéis e defensores da liberdade religiosa seguem acompanhando de perto os desdobramentos dessa decisão histórica.

Fonte: Guiame, com informações de Metrópoles

David Eldridge está sendo investigado desde 2023 por sua pregação na UMADEB. (Foto: Instagram/David Eldridge)

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