Deportados dos Estados Unidos e enviados ao Panamá, ao menos 10 imigrantes iranianos convertidos ao cristianismo estão à beira de um destino cruel: se forem forçados a voltar ao Irã, poderão enfrentar a pena de morte.
A perseguição religiosa no país persa é implacável, e abandonar o Islã é considerado um crime gravíssimo, punível com a execução sob a rígida lei da Sharia. Segundo a organização International Christian Concern (ICC), esses cristãos estão em risco extremo.
Deportação e ameaça de morte
Dentre os 350 imigrantes deportados dos EUA para o Panamá em fevereiro, ao menos 10 são iranianos que renunciaram ao Islã e abraçaram o cristianismo. Agora, eles estão encurralados: se forem enviados de volta ao Irã, o governo poderá condená-los à morte.
Jeff King, presidente da ICC, alerta que a situação desses imigrantes é desesperadora.
“Se retornarem ao Irã, enfrentarão a pena de morte por apostasia. A perseguição aos cristãos no país tem sido brutal há décadas”, disse ele ao The Christian Post.
Os deportados foram enviados ao Panamá em um avião militar e alojados em um hotel. Além dos iranianos, o grupo incluía refugiados de outros países onde há forte repressão religiosa, como Paquistão, Afeganistão, China e Uzbequistão.
Irã: um país onde ser cristão pode custar a vida
A opressão contra cristãos no Irã é sistemática e respaldada pela lei. Segundo um relatório do Departamento de Estado dos EUA de 2023, cidadãos muçulmanos não podem mudar de religião ou renunciar à sua fé. Quem se converte ao cristianismo vive sob constante ameaça de prisão, tortura e morte.
A legislação iraniana, baseada na Sharia, torna crime qualquer tentativa de propagar uma fé diferente do Islã. O simples ato de insultar o Profeta Maomé pode resultar em execução.
O paradoxo dos EUA: liberdade religiosa, mas deportação de cristãos perseguidos
Mesmo diante do risco de morte, o Departamento de Segurança Interna dos EUA alegou que todos os deportados estavam no país ilegalmente e que nenhum deles manifestou medo de retornar ao país de origem. No entanto, organizações internacionais alertam que enviar refugiados de volta a países onde possam ser perseguidos viola tratados internacionais, como a Convenção das Nações Unidas contra a Tortura.
“Proteger nossas fronteiras não pode significar virar as costas para aqueles que fogem da perseguição religiosa”, disse Tony Perkins, um dos mais influentes ativistas evangélicos dos EUA.
A diretora do Centro de Liberdade Religiosa do Hudson Institute, Nina Shea, reforçou que os EUA deveriam priorizar o acolhimento de cristãos perseguidos. “Se a liberdade religiosa é um princípio americano fundamental, esses iranianos não deveriam ser deportados”, declarou.
Com a vida desses imigrantes em jogo, a pressão cresce para que o governo norte-americano reavalie sua postura e garanta refúgio àqueles que enfrentam a morte simplesmente por sua fé.
Imagem ilustrativa. (Foto: Flickr/U.S. Immigration and Customs Enforcement).