Batistas do Sul rejeitam mudança que baniria igrejas com pastoras, mas mantêm restrição ao pastorado feminino

 

Em um momento decisivo para a Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos, os delegados reunidos em Indianápolis rejeitaram uma proposta que oficializaria a proibição de igrejas com pastoras em sua constituição. Apesar de 61% dos votantes terem apoiado a medida, a mudança não alcançou os dois terços necessários para ser aprovada.

A decisão mantém a posição da denominação, cuja declaração doutrinária já estipula que apenas homens podem exercer o pastorado. No entanto, líderes conservadores pressionavam por uma mudança formal na constituição para reforçar essa restrição. Oposição interna argumentou que a medida era desnecessária, já que a convenção tem meios de excluir igrejas que não seguem essa regra.

Conflito crescente sobre mulheres no pastorado

O debate sobre a presença feminina no ministério tem sido um dos mais controversos dentro da Convenção Batista do Sul. No ano passado, a denominação expulsou igrejas que defendem a ordenação feminina, reafirmando sua postura conservadora e aprofundando divisões internas.

A votação ocorreu rapidamente e sem muito debate, mas os impactos são significativos. Defensores da proposta alegam que a mudança garantiria maior fidelidade às diretrizes bíblicas, enquanto opositores alertam para possíveis repercussões, especialmente entre congregações afro-americanas, onde mulheres frequentemente ocupam posições pastorais.

Fertilização in vitro: debate ético ganha força

Além da polêmica sobre o papel das mulheres na igreja, a convenção também aprovou uma resolução sobre fertilização in vitro (FIV), um tema que ganhou destaque após uma decisão judicial no Alabama considerar embriões congelados como crianças.

No texto aprovado, os batistas reafirmam a crença de que embriões são vidas humanas e expressam preocupação com práticas como congelamento e descarte de embriões excedentes. Embora a resolução não condene explicitamente a FIV, ela critica experimentos científicos com embriões e métodos de seleção genética para implantação.

O tema gerou divisão entre os delegados. Alguns defenderam a fertilização in vitro como uma solução para casais que enfrentam infertilidade, enquanto outros argumentaram que a prática de descartar embriões viola a crença na santidade da vida. Como alternativa ética, a convenção incentivou a adoção de embriões congelados.

A rejeição da proposta de banir igrejas com pastoras e a discussão sobre a FIV reforçam os desafios enfrentados pelos Batistas do Sul, uma denominação que continua a debater como equilibrar tradição e mudança em um cenário religioso cada vez mais polarizado.

As informações são da AP.

Imagem: Internet

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